Como viver minimamente saudável em um mundo profundamente doente?

mundo doente


Como viver minimamente saudável em um mundo profundamente doente?
O conceito de que o mundo está profundamente doente e que a cada dia que passa ele se
torna um lugar um pouco mais fraco, mais hostil e muito mais agressivo de certa forma,
já é um consenso entre estudiosos, analistas, especialistas, cientistas sociais e até mesmo
leigos que consigam olhar para o lado e enxergar além da chamada vida corrida do diaa-
dia no sistema capitalista moderno.


Como sintomas deste mal-estar podem-se apontar a miséria, a fome e a desigualdade
social que acomete e condena milhões de pessoas ao redor de todo o mundo, tratandose,
contudo, de problemas de ordem social que atingem e afetam a todos que consigam
perceber a existência desta realidade. Além destes problemas sociais, que também são
métricas da OMS (Organização Mundial de Saúde) para se medir a saúde e a qualidade
de vida de todos os seres do planeta, um exemplo clássico e físico do processo de
adoecimento do mundo pode ser apontado como a recente pandemia da gripe de 2009,
acarretada por uma nova cepa do vírus Influenza A H1N1.
Com isso, se estabelece um paralelo entre a saúde do indivíduo e a saúde do planeta. A
seguir, analisaremos a opinião de alguns autores acerca das condições da vida do ser
humano e abordaremos como cada um pode tentar levar uma vida minimamente mais
saudável neste mundo profundamente e cada vez mais doente.
Mal-estar na sociedade atual.
O objeto de estudo e a forma de análise para se diagnosticar os efeitos desta doença sem
nome tende a variar entre os principais pensadores da modernidade, como Gilles
Lipovetsky, Zygmunt Bauman, Slavoj Zizek e Michel Maffesoli, para mencionar alguns
dos autores ainda em atividade, no entanto, ao lado de alguns dos principais autores do
conhecimento humano, como Platão, Sócrates e Aristóteles, todos estão de acordo no
ponto de que há um mal-estar presente na sociedade global que vem se formando há
muito tempo e possivelmente já estivesse presente até no tempo das cavernas.
Freud estudou a este mal-estar que o ser humano está condenado desde os primórdios de
sua existência, no seu ensaio chamado “O Mal-Estar da Civilização”. Como principal
causa de sua análise, descobriu que a adaptabilidade de cada indivíduo ao mundo que o
cerca é irremediavelmente condicionada a um mal-estar em todos os meios sociais, à
medida em que o indivíduo tem de renegar as suas vontades e o seu libido, entendido
como a vontade de viver, para ajustar-se aos padrões de determinado meio. Em outras
palavras, o psicanalista comprovou que o ser humano nunca conseguirá ser totalmente
feliz, pleno, realizado ou livre, pelo fato de estar sempre reprimindo os seus desejos, o
que ocasiona um mal-estar natural em toda a civilização.
Por isso, uma das principais funções do indivíduo pós-moderno, este ser que está
inserido na sociedade do hiperconsumo para Lipovetsky, que convive com os outros a
partir de “tribos”, como diria Maffesoli e sobrevive e adapta-se a esta realidade líquida
apontada por Bauman, pode ser apontada como a tentativa de manter-se saudável dentro
desta realidade cada vez mais problemática, sendo ele, o indivíduo, atingindo e
bombardeado diretamente por esta realidade doentia.
A saúde na sociedade atual
É com a chegada do século XXI que esta “doença” ou este mal-estar espalhado pelos
quatro cantos do planeta tem encontrado o seu ápice e vindo a fazer cada vez mais
vítimas, que invadem diariamente os consultórios de psicólogos, psiquiatrias e as
emergências médicas.
Culminando em doenças físicas e psicológicas que atingem a maioria das pessoas nesta
sociedade, como a depressão, a ansiedade, problemas coronários, entre tantas outras
doenças, cabe a cada pessoa procurar soluções para proporcionar mais qualidade de vida
e saúde a ela e as pessoas que se ama.
Não há uma fórmula que possa ser apresentada para que as pessoas se previnam de
todas as doenças ocasionadas principalmente pela vida corrida e pelas preocupações do
dia-a-dia, no entanto, cabe a cada um encontrar soluções que possam proporcionar mais
momentos de prazer e felicidade, a fim de evitar ser acometido por desordens
psicológicas, e ainda atentar-se para a alimentação e a saúde do corpo, com a finalidade
de evitar doenças físicas.
Portanto, com a iminência da extinção de diversos recursos naturais, bem como o
desaparecimento de diversas espécies da fauna e da flora, o cenário futuro pode reservar
uma série de novas doenças para a população e o desenvolvimento de novas formas
daquelas que já acometem os seres humanos. Contudo, então, devemos buscar formas
de nos manter o mais saudável possível em uma sociedade cada vez mais doente,
mesmo que para isso tenham de ser adotados novos comportamentos e novos estilos de
vida, que visem unicamente aumentar a saúde e elevar a qualidade de vida de cada um.

texto : oronian mendes

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