Tudo sobre os slasher movies

Tudo sobre os slasher movies
Causam-nos arrepios, prendem nossa atenção em sua intensa caça aos protagonistas, geralmente garotas adolescentes que, inicialmente, são vistas como frágeis e ao longo do enredo revelam-se quase heroínas. Eles são os assassinos de cinema, imortalizados em nossa memória, seja pela produção de uma série de filmes (Sexta Feira 13, A Hora do pesadelo) ou pela maestria com que sua personalidade é formada, como o inesquecível Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) de O Silêncio dos inocentes.
O primeiro assassino a causar calafrios na plateia, foi Norman Bates criado por Alfred Hitchcock em Psicose (1960), evidentemente que já houveram outros, como Nosferatu em 1922 que instalou o gênero de horror no cinema. Mas, vamos começar analisando aqueles filmes que não existiriam sem os assassinos, aqueles em que eles acabam por “conquistar-nos” tornando-se até mais importantes do que suas vítimas.


Surge o Slasher Movie
O filme inaugural desse subgênero do horror foi O Massacre da Serra Elétrica de Tobe Hooper em 1973. O diretor ainda seria responsável pela produção de mais dois clássicos do terror contemporâneo como Pague Para Entrar, Reze para Sair, de 1981 onde mantém a fórmula de uma estranha criatura perseguindo jovens indefesos, e ainda, realizou Poltergeist – O fenômeno em 1982 onde falava de espíritos amaldiçoados.
Com o espantoso sucesso de público atingido pelo filme de Hooper, que custara a bagatela de 150 mil e arrecadou mais de 100 milhões de dólares, Hollywood viu que havia uma brecha nesse mercado constituído principalmente por adolescentes e aumentou a produção desse tipo de filme considerado Terror B que, entretanto, seu faturamento sempre é classe A.
Cinco anos mais tarde, John Carpenter (Christine, o carro assassino, 1983) apresenta ao mundo outro ícone do cinema cult: Mike Myers em Halloween, A Noite do Terror. Nele, instalava-se a mocinha da história que é perseguida pelo assassino e a máscara que é indispensável para qualquer serial killer que se preste.
Bebendo diretamente da obra de Carpenter, a Paramount aposta no então desconhecido diretor Sean S. Cunningham e lhe entrega o projeto de Sexta-Feira 13em 1980 que acaba por definir de uma vez por todas os principais elementos do slasher movie.
Se Hollywood percebeu a força do enredo que aborda assassinos em série nas décadas de 1970 e 1980, o Brasil já havia percebido uma década antes. A produção de obras nacionais com essa temática, deu-se por meio de José Mojica Marins (o eterno Zé do Caixão) que lança, em 1963 a primeira parte de sua trilogia: À meia-noite levarei sua alma. Ainda nessa década, adapta-se para as telas a história de João Acácio Pereira da Costa em o Bandido da Luz Vermelha de Rogério Sganzerla, que é um filme divisor de águas para a estética do cinema nacional.
Os assassinos estão à solta
Não raras são as historias de assassinos reais que foram parar nas telonas. Hollywood já pré-definiu um típico específico de assassino em série que planeja o crime, e tem um tipo específico de vítimas, em contraponto aos assassinos slashers.
Como cinema adaptando-se à realidade, ou seja, aqueles filmes baseados em histórias de psicopatas reais, merecem destaque: O filme de David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button) intitulado Zodíaco inspirado no assassino homônimo que aterrorizou a polícia de São Francisco na década de 1970, e Jack – O Estripador (1988) de David Wickess que é considerada a obra que retrata com maior fidelidade os crimes ocorridos contra prostitutas em 1888 no distrito de Whitechapel em Londres.
Em convivência harmoniosa nas bilheterias, ainda encontram-se os serial killers que são propriamente do cinema. David Fincher também dá sua contribuição para essa classificação de filmes de assassinos, com o filme Se7en (1995), além de destacarem-se: O Silêncio dos Inocentes (Jonathan Demme, 1991), A Hora da Zona Morta (David Cronenberg, 1983) Frenesi (Alfred Hitchcock, 1972) Perfume – A História de um Assassino (Tom Tykwer, 2006) e Assassinos por Natureza (Oliver Stone, 1994).
O Slasher de ontem e hoje.
Em 1996, Wes Craven realiza Pânico, que pode ser considerado o filme responsável pela retomada dos slasher movies. Nos dois anos seguintes, o subgênero ganha duas expressões de peso: Eu sei O Que Vocês fizeram no verão passado (Jim Gillespie, 1997) e Lenda Urbana (Jamie Blanks, 1998) que consolidariam a posição do subgênero frente a um mercado cada vez mais acirrado. Na década de 2000, dois assassinos merecem destaque: O Lobo, de Cry Wolf (Jeff Wadlow, 2005) é o típico slasher. E, um dos assassinos mais cruéis e meticulosos que o cinema já viu: Jig Saw, brilhantemente interpretado por Tobin Bell, na série de filmes Jogos Mortais iniciada pelo diretor James Wan em 2004.
Ainda há, os bons (?) e velhos assassinos do passado que dão as caras novamente na década de 2000. Impulsionados pelo sucesso que filmes assim ainda fazem, Jonathan Liebesman lança O Massacre da Serra Elétrico – O Início, seguido por Halloween – O Início de Rob Zombie. Jason Voorhes tem seus segredos revelados no filme dirigido por Marcus Nispel em 2009, chamado Sexta-Feira 13: Bem-Vindo a Cristal Lake. Em 2010, é a vez de Freddy Krueger retornar em um remake da obra original A Hora do Pesadelo.
Apesar da fórmula já ser conhecida: Um grupo de jovens perseguidos por um perigoso assassino, a grande verdade é que os slashers movies continuam cumprindo sua
principal função que é gerar medo nas novas gerações de adolescentes. E, com isso, esse subgênero acaba por se tornar tão imortal quanto os seus personagens.
Maiores assassinos dos slasher movies
JASON VOORHES
Filmes: Onze.
Campo de atuação: Crystal Lake
De onde é: Wessex County (Massachussets)
A primeira vítima: Alice no filme Sexta-Feira 13 Parte II (1981). Ela já havia escapado de Jason quando criança em Sexta-Feira 13 (1980), ao mata-la, com um picador de gelo, vinga sua mãe que fora decapitado por ela.
Obsessão: Não pode ver um casal de jovens transando que logo já quer matar. É impressionante! A isso, se dá o fato de que enquanto ele morria (pela primeira vez) os monitores do Acampamento de Crystal Lake faziam sexo.
Já usou: Faca; Cutelo; Machado; Lança, Machadinha, Machete, Martelo, Arpão, Cano e até chave de fenda.
Fraqueza: Tem medo de água
Ressuscitações: Sete.
Vítimas: Estima-se que já tenha matado 170 pessoas.
Por que mata: Tem um pouco de vingança e um pouco de preservação de seu território.
FREDDY KRUEGER
Nome: Frederick Charles Krueger (“homenagem” a um garoto que perseguia Wes Craven na juventude)
Primeira vítima: Seu pai adotivo foi incendiado por Freddy ainda na infância.
As garras: Fazem parte de uma luva criada por ele quando trabalhava nas caldeiras da cidade de Springwood.
As queimaduras: Foram feitas pelo povo da cidade de Spingwood ao descobrirem que ele era responsável pela morte de crianças.
Filmes: Nove.
Campo de atuação: Os sonhos das pessoas.
Fraquezas: Quando está no mundo real, pode ser morto; Quando uma pessoa lhe enfrenta e mostra que não tem mais medo de suas garras, Krueger perde seus poderes parcialmente;
Canção: “One, two, Freddy is coming for you. ( Um, dois, O Freddy vem te pegar)
Three, four, better lock your door. (Três, quatro, melhor trancar sua porta)
Five, six, grab your crucifix. (Cinco, seis, agarre seu crucifixo)
Seven, eight, gonna stay up late. (Sete, oito, fique acordado até tarde)
Nine, ten, never sleep again.” (Nove, dez, nunca durma de novo)
Vítimas: 43.
Por que mata: Entre todos os assassinos, Freddy pode ser considerado o que menos tem motivo para cometer seus crimes. Já era uma pessoa má em vida, e continua assim.
MICHAEL MYERS
De onde é: Haddonfield, Illinois.
Vítimas: 111
Primeira vítima: Judith, sua irmã mais velha, é assassinada por ele quando tinha somente seis anos.
Filmes: 10.
Obsessão: Após passar 15 anos internado no manicômio pela morte de sua irmã Judith, a primeira coisa que Mike faz ao fugir de lá, é ir atrás de sua outra irmã Laurie Strodie.
Perseguidor: O incansável psiquiatra Dr. Loomis.
Por que mata: É um psicopata com ares de sociopata que persegue sua família.
CHUCKY
Nome: Charles Lee Ray (derivação dos nomes dos assassinos Charles Manson, Lee Harvey Oswald e James Earl Ray)
Sobrenatural: Charles é um perigoso assassino que pratica magia negra. E usa-a para fugir da polícia transferindo sua alma para a do boneco Chucky.
Primeira vítima: O passado de Charles é incerto, mas Chucky fez como sua primeira vítima Maggie Burclay, tia do garoto Andy que estava cuidando do garoto.
Criado por: Don Mancini, que só vai dirigir seu personagem no filme de 2004.
Fraqueza: Inicialmente, acreditava-se que o único jeito de matar o boneco assassino, seria queimando seu coração. Mas algum boneco tem coração?
Filmes: Cinco.
Por que mata: É um espírito diabólico que inicialmente queria se libertar do corpo de boneco, porém, depois, apenas mata a família desafortunada que o leva para casa.
LEATHERFACE
Nome: Thomas Hewitt
Baseado em fatos reais: A inspiração de Tobe Hooper veio do assassino Ed Gein que também rendeu adaptações para Buffalo Bill (O silêncio dos inocentes) e Norman Bates (Psicose).
Máscaras: No filme original, ele usa três máscaras "Killing Mask", "Vovó Máscara" e "Pretty Woman Mask” e cada uma tem seu momento específico de uso. A máscara de assassinato, a máscara de dona de casa, e a máscara para jantar.
Por que mata: Sofria bullying quando criança devido a deformidades em sua face, e desenvolveu-se com um sério retardo mental que o leva a praticar todos os assassinatos.
Cenário: A casa da família Hewitt merece um destaque especial. No filme original, de 1974 os Hewitts a decoravam com ossos humanos e de alguns animais.
Filmes: Seis
Estimativa de mortos: 33.